quarta-feira, 6 de junho de 2012

A(`) Noiva...

Na escola eu gostava da imagem mental do princípio de incerteza do eléctron. Posso estar falando besteira, já se passou uma década desde que estive no segundo grau, mas envolvia a coisa de a gente nunca conseguir prever com exatidão onde estava o eléctron, que é aquela parte que fica dando voltas no núcleo do átomo. Quando você acha que ele está em um lugar, PIMBA!, ele já está em outro.

Hoje em dia isso me faz lembrar a Paty (caso não tenha ficado claro pela temática do blog, a Paty é a noiva e eu, singelo autor destas palavras, o noivo).

Nunca houve nem haverá na história da humanidade mulher mais ativa do que ela. Quando você acha que ela está resolvendo uma aula, está estudando para o mestrado. Quando pensa que está trabalhando muito, está dando esporro na cerimonial, que teima em não entender como ela quer fazer a festa. Quando achamos que ela está esgotada de tanto trabalhar/estudar, consegue ficar meia hora no telefone com a mãe. E achando bom (nem tão bom assim, mas já chegamos lá).

E isso não é nem o começo. Não há amiga mais dedicada, nem pessoa mais companheira, ou filha mais presente. Uma ligação e já se transforma num furacão que deixa tudo resolvido, não importa se é para amigos ou para família. E tudo com um sorriso no rosto. Com o melhor dos sorrisos no rosto. Com o maior dos sorrisos no rosto.

Porque se há alguém que tem um sorriso grande, meu amigo, aí está, lhe apresento Patricia Meyer. Coisa de mostrar dente que não acaba mais, deixando aqueles olhões, cor de cuia, apertadinhos e pequenininhos. Não é qualquer sorriso e, ainda assim, não economiza. Distribui aos quatro ventos, com a certeza de que mais feliz é quem os dá sem querer nada em troca e recebendo outros sem muito ligar.

Se engana o eventual leitor que, ao ler o acima escrito, pensa que ela é uma ‘Pollyana do Contente’, como ela mesma gosta de lembrar, mostrando que manja de literatura clássica inglesa, sim senhor. E não digo apenas por ela, qual palhaço, esconder todas as dores do mundo no seu coração, afinal não pode ficar dando bobeira e deixando todo mundo preocupada com ela.

Preocupação, se alguém deve ter, é ela.

Quem vê o sorriso, eu sei, eu sei, mal desconfia de tudo o que lhe cabe. Mas ela tem suas alegrias pequenas e sinceras. Feliz que só é essa menina ao ser reconhecida pelo trabalho, vejam vocês. Um simples “bom trabalho” e ela ganhou uma semana feliz que não se aguenta. Mas eu que sei, ô se sei, a mágoa que uma crítica infundada, sem conhecimento de causa, faz com a pobre. Porque, não tenham dúvidas, se Paty fez, fez o melhor, com o melhor de si. Nunca menos do que isso.

Nem tudo é lamúria e sofrimento. Isso nem é parte grande do dia a dia, agora que paro para pensar com alguma calma. Afinal, menina braba e arretada (baiana em espírito), faz cara feia para a tristeza e afugenta o sofrimento vindo atrás de chamego, que procuro não lhe negar.

E os dias vão se passando com “Preta, a terceira gaveta não é ideal para os talheres”, “foi a que eu coloquei e acho bom aí”, “tá bom, tá bom, nem sou tão grande assim para me doer as costas”, e ri da minha cara, como se não houvesse amanhã. “Mas Preta, não faz mais sentido a diarista tirar a roupa de cama e de banho, do que a gente trocar antes dela vir?”, “não”, “então tá, né”, e gargalha.

Como gargalha de mim, para mim, por mim e comigo. Porque se eu sou aquele que lhe conhece a dureza o lado sombrio, a mim, e só a mim, são relevadas seus melhores momentos, o melhor de si.

E como sou grato. Sempre grato.

Um comentário: